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Sala de Informática Educativa (SIE)

Funciona nos turnos manhã, tarde e noite, atendendo aos alunos da Educação Infantil; Ensino fundamental regular e EJA. O projeto de informática educativa tem a proposta de se constituir num espaço pedagógico-meio para o suporte da diversidade de experiências educativas que possam ser desenvolvidas na escola, em suas diversas modalidades de ensino e/ou formação.

No atendimento aos alunos da Educação Infantil, fomentam-se as vivências de acesso às mídias e à utilização de seus recursos mediante suas experiências de aprendizagem no contexto escolar, ação que se estende e se intensifica no Ensino Fundamental. Dentre suas estratégias de aprendizagem significativa, o projeto visa estabelecer na execução das atividades propostas uma extensão das atividades realizadas em sala de aula.

No atendimento da EJA, a proposta tem sido conduzida como um projeto paralelo de apoio à superação das dificuldades relacionadas ao letramento convencional das turmas de Totalidades.

As ações voltadas para a superação das dificuldades relacionadas ao letramento convencional também são realizadas com os alunos dos Ciclos de formação CI e CII, compreendendo as ferramentas das Tecnologias de Informação e Comunicação- TIC’S, como favorecedoras da ampliação do conhecimento de forma lúdica e dinâmica nos processos humanos de letramento e alfabetização matemática.

Devido às especificidades de atendimento dos alunos no projeto de informática educativa, apresentamos a seguir a síntese do relato do trabalho desenvolvido em cada turno.

 

Turno da manhã no atendimento aos alunos da educação infantil e ciclo I:

Quanto à perspectiva curricular, no que tange a base comum, utilizam-se os materiais ofertados pelo Núcleo de Informática Educativa (NIED) do Município de Belém e materiais já existentes acumulados por professores ao longo dos anos de execução do projeto, no entanto, destaca-se a necessidade do projeto de aquisição de novos softwares educativos:

Conteúdo digital baseado em softwares educativos distribuídos ao longo dos anos pelo NIED, e outros que foram instalados pelos antigos professores da SIE. Buscamos correlacionar as atividades com os conteúdos e habilidades comuns a educação infantil e Ciclo I de formação. OBS: Necessitamos de novos softwares educativos.

Quanto à adoção da base diversificada na prática educativa: Inclusão, Ed. Ambiental, Ed. Ribeirinha e Ed. Étnico-Racial no atendimento aos alunos da educação infantil e ciclo I, destaca-se que a ausência de softwares específicos funciona como principal entrave para o trabalho voltado para estes temas:

Conseguimos precariamente (por conta de ter poucos softwares específicos), desenvolver atividades que fomentam práticas de cuidados com o meio ambiente e sustentabilidade. Embora localizados em uma das 39 ilhas de Belém, não trabalhamos atividades relativas à vida ribeirinha. Pois parece que o desenrolar cotidiano no Distrito de Outeiro tem uma relação mais assemelhada às características das periferias urbanas de Belém. O nosso arquivo de mídias educativas também é carente de atividades que englobem de forma latente a Educação Étnico-racial.

Das metodologias adotadas tem-se como ação inicial, análises pedagógicas dos softwares para a adequada inserção e compatibilidade aos anos dos ciclos trabalhados (este trabalho é feito em horário exclusivo para organização pedagógica). O atendimento inicial das turmas tem caráter diagnóstico, o qual norteia as ações educativas subsequentes:

Nas aulas apresentamos um conjunto de atividades aos alunos para observar suas competências quanto ao uso do software (coordenação motora, compreensão da operacionalidade do da maquina e do software e desenvolvimento da atividade fim). Registramos em forma de diagnose inicial para que possamos verificar o desenvolvimento ao longo do ano letivo.

As demandas curriculares e metodológicas de execução do projeto caracterizam-se por duas frentes de trabalho que funcionam de forma concomitante: sob a perspectiva da prática alfabetizadora e sob apropriação e manuseio dos recursos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), principalmente do computador:

A atividade docente se estrutura em uma dualidade de conteúdos, pois ao passo que desenvolve os conteúdos educativos próprios da fase da alfabetização, também se esmera em orientar quanto ao uso adequado do PC, pois é necessário para avançar em atividades que necessitem do uso inteligente do teclado, do mouse e de algumas ferramentas comuns aos softwares educativos. Em algumas oportunidades usamos o projetor de vídeo para facilitar a orientação das atividades (são poucas vezes, pois esse equipamento é muito requisitado na escola).

Quanto aos recursos utilizados na prática educativa destaca-se que:

Atualmente utilizamos apenas 12 (doze) computadores – estações (fixos da sala) e mais 01(um) servidor;
Uma caixa de Som (não é fixa da sala);
Um projetor (não é fixo da sala);

O projeto adota para a avaliação da aprendizagem, a realização de anotações individuais quando algum aluno apresenta dificuldade de desenvolver a atividade proposta do dia. Isto ocorre independentemente de tempo determinado. É a ocorrência que define a necessidade do registro. Realiza também, avaliações da turma completa quando da realização dos conselhos de ciclo. O instrumento avaliativo consiste em identificar individualmente se o aluno atingiu as competências para resolver as situações-problema apresentadas no software educativo utilizado na avaliação. Bem como o desenvolvimento motor fino, análises lógicas, leitura e escrita, cálculos matemáticos nas quatro operações.

Apesar dos projetos não trabalharem com a prática de recuperação paralela, o turno da manhã, por meio da articulação e solicitação do professor regente da turma atendida, realiza “reavaliações, quando fomentadas por ocorrências de contradições entre os registros dos demais professores no conselho de ciclo; ou quando solicitado diretamente pelo professor regente”.

Quanto aos impactos das avaliações externas na prática educativa observadas na execução do projeto, destaca-se que:

Não observamos impactos advindos da postura dos alunos frente às notas obtidas nesses instrumentos avaliativos. Porém verificamos uma significante REORGANIZAÇÃO conjunta, de vários espaços pedagógicos da escola, como sala de leitura, NAP, PPA; em prol da melhoria das atividades pedagógicas com os alunos (observamos nas turmas de CI concluintes), seja otimizando o tempo das atividades, seja separando os alunos por grupos afins em nível cognitivo. E nesta conjuntura, também colaboramos com atividades na SIE e também na sala de aula. A crítica sobre essas avaliações externas é que são alheias a nossa realidade escolar. É perceptível que apenas uma ínfima parte dos alunos consegue desenvolver a contento as atividades dessas provas.

O trecho acima aponta que o quantitativo de alunos que apresentam autonomia de resolução das questões, habilidades e competências avaliadas nas provas externas é baixo, considerando que as avaliações são elaboradas de forma alheia à realidade escolar. No entanto, aponta-se como avanço significativo a articulação de projetos e do Núcleo de Apoio Pedagógico- NAP na dinamização do trabalho educacional qualitativo.

No entanto têm-se nas implicações da infraestrutura na prática educativa, os principais obstáculos da execução do projeto para atender de forma adequada a demanda escolar:

Precisamos de pelo menos mais seis computadores para dar suporte ao grande numero de alunos das turmas. Por vezes ficam três alunos em um computador; o que prejudica demais o desenvolvimento das atividades.
Precisamos de mais umas dez cadeiras. Por vezes ficam alunos em pé ou sentado na mesma cadeira que outro colega. (Foram levadas emprestadas cadeiras da SIE e não voltaram mais).
Precisamos de fones de ouvido, que já foram pedidos em duas ocasiões, mas não foi atendido o pedido.
Precisamos de melhorias no suporte técnico (recurso humano e material, como peças de reposição e a aquisição e instalação de softwares educativos); também precisamos ter sob a guarda da SIE equipamentos audiovisuais; também poderia ser mais bem conservada a limpeza da SIE. Precisamos também da melhoria da nossa linha telefônica instalada na SIE, que funciona precariamente; E por fim, mas não menos importante, precisamos sem demora, de adaptadores de tomadas pra evitar as “gambiarras” feitas nas instalações elétricas dos equipamentos, onde muitos estão diretamente ligados na rede elétrica sem a mediação de estabilizadores.

Da relação teoria e prática no processo de aprendizagem, destaca-se a importância do acesso à formação continuada específica para a demanda de atendimento da proposta da Informática Educativa:

Embora a Informática Educativa não fizesse parte expressamente do nosso currículo de formação pedagógica; os cursos de aperfeiçoamento e formação no Núcleo de Informática Educativa de Belém deram um bom suporte teórico pra atividade desenvolvida neste espaço. Assim buscamos correlacionar os conceitos teóricos relativos à educação infantil e a alfabetização com os conceitos de informática educativa. E desta forma aplicamos em uma prática de sala de aula que proporcione aos alunos um aprendizado lúdico de conteúdos e habilidades que mostrem a eles que podem APRENDER em diversas situações de suas vidas, seja em sala de aula normal, sala de leitura, em casa, no recreio, ou em outros ambientes que estiverem inseridos.

Turno da tarde no atendimento aos alunos da educação infantil e ciclo II:

Quanto à perspectiva curricular no que tange a base comum utiliza-se: “Material baseado nas diretrizes curriculares do ensino fundamental (Sites e Programas do núcleo de informática educativa – NIED).

Já em relação à adoção da base diversificada na prática educativa: Inclusão, Educação Ambiental, Educação Ribeirinha e Educação Étnico-Racial no atendimento aos alunos da educação infantil e ciclo I destaca-se que:

Através de diversas modalidades, caracterizando as influências educativas como não intencionais e intencionais. A educação não intencional refere-se às influencias do contexto social sobre os indivíduos e a intencional refere-se a atividades educativas estruturais.

As principais metodologias adotadas são: pesquisa em sites educativos, aulas expositivas e atividades em grupo. Tendo como recursos: Computador e caixa de som.

A avaliação da aprendizagem é feita quinzenalmente. Quanto aos impactos das avaliações externas na prática educativa destacam-se como negativos:

Porque não levam em consideração a realidade sociocultural e os professores não participam da elaboração dessas avaliações desses instrumentos.

O trecho acima levanta a questão da importância da atuação dos professores em todos os processos de formação continuada, planejamento e avaliação para que as politicas públicas educacionais consigam atender demandas de aprendizagem dos alunos.

Das implicações da infraestrutura na prática educativa, tem-se como entrave, pois a: “Falta de equipamentos limita não atender a demanda necessária para a quantidade de alunos”.

Quanto à relação teoria e prática no ato educativo, é representada pela “capacidade de refletir sobre o nosso próprio fazer pedagógico, não procurando apenas transmitir o conhecimento, mas vivenciando a teoria e a prática pedagógica”.

Turno da noite no atendimento aos alunos da EJA:

Quanto à perspectiva curricular no que tange a base comum, o projeto de Informática Educativa tem pautado a questão do letramento convencional e do letramento digital, como principal diretriz para atendimento da EJA. A diagnose inicial realizada com as turmas tem sido uma referência para a estruturação da proposta pedagógica e as atividades seguem uma organização e sequência lógica, envolvendo os sujeitos em situações de aprendizagens que contribuem com a construção da leitura e da escrita, além das habilidades básicas para a interatividade digital. Assim, são priorizados o conhecimento acerca da leitura-escrita e conhecimento lógico-matemático.

Parte dos recursos utilizados no LIED, como softwares e atividades em flash, são resultados de pesquisa, seleção e análise feitas pelos professores. Outra parte é resultante de autoria, considerando a necessidade de adaptar os recursos à realidade e necessidades específicas da EJA.

Quanto à adoção da base diversificada na prática educativa: Inclusão, Educação Ambiental, Educação Ribeirinha e Educação Étnico-Racial no atendimento aos alunos da EJA, são utilizadas temáticas geradoras no contexto da organização didática, que são levantadas a partir do interesse do alunado, por ocasião da diagnose inicial. Algumas das temáticas já abordadas são: água, lixo, consumo sustentável, folclore, preservação ambiental, literatura de cordel, entre outros.

Das metodologias adotadas tem-se por base processos que desenvolvam a autonomia digital, a exploração cognitiva, construção de hipóteses de conhecimentos, reconstrução dos “erros” pela realimentação formativa dos próprios recursos, além do aspecto motivacional frente ao letramento convencional. Embora, ainda, exista certo viés mecânico e instrumental que permeia a base da interatividade digital, tem-se procurado adaptar a organização didática oportunizando a ação-reflexão-ação.

Dos recursos utilizados, destacam-se: mídias interativas, softwares, Web, Office do sistema operacional, canais interativos, recursos em flash e Ebooks.

A avaliação é feita considerando o avanço demonstrado pela turma na interação com determinado conteúdo/atividade. É feita por meio da observação direta e análise das construções dos alunos que são arquivadas. Tem natureza formativa.

Atualmente a infraestrutura está parcialmente comprometida, considerando a ausência de suporte técnico contínuo aos equipamentos; a retirada de equipamentos de apoio como o Datashow; kit multimídia; caixa de som, e principalmente a redução do número de máquinas.

Com relação teoria e prática no processo de aprendizagem, a maioria do alunado da EJA é usuária de tecnologias digitais. Isso tem facilitado tanto o uso educativo do laboratório, quanto tem contribuído para ampliar o acesso e a inclusão digital dos sujeitos. Assim, há uma relação de uso do tempo didático da SIE que é organizado em 70% para efeito didático, e cerca de 30% deste tempo para oportunizar o acesso ao mundo digital e virtual por parte dos alunos. Isso tem tido bons resultados porque os alunos procuram dar conta da proposta didática para ter tempo de explorar o computador conforme seus interesses de pesquisa, de acesso a serviços e outros.