Funciona nos turnos manhã, tarde e noite, atendendo aos alunos dos níveis de Ensino Fundamental, no contexto municipal, correspondente aos Ciclos I e II e EJA- 1ª, 2ª e 3ª , tem em sua prática pedagógica o enfoque no desenvolvimento de interesses e hábitos permanentes de leitura enquanto experiência prazerosa de letramento.
Neste sentido, a valorização de experiências de leitura desde a educação infantil possibilita o debate sobre as dimensões que contemplam o ato de ler:
- Subjetiva: a interpretação de um texto traz à tona as formas de cada ser humano ler o mundo mediante suas impressões e opiniões sobre os temas diversos.
- Cognitiva: o acesso às mais variadas formas escritas motivadas pela imaginação, pela ludicidade e pelas expressões corporais, possibilitam a aquisição da leitura e da escrita de forma significativa, mobilizando a superação das eventuais dificuldades sejam elas ortográficas, interpretativas e⁄ou de produção textual.
- Sociocultural e político: o ato de ler, interpretar e dialogar sobre o conteúdo escrito, auditivo ou visual possibilita ao sujeito situar-se em seu contexto, dizendo a sua palavra e externando suas concepções mediante suas experiências atreladas às manifestações sociais com as quais convive.
Mediante as dimensões humanas apontadas, indica-se que o ato de ler é uma prática extremamente importante para o desenvolvimento do ser humano em sua totalidade e quanto mais cedo os interesses de leitura forem se estabelecendo, maiores são as probabilidades de seu sucesso escolar. Entende-se, portanto, que ler está para além da decodificação de símbolos e sons e que, de acordo com as experiências de leitura e escrita de cada sujeito, são reveladas suas tensões, emoções e desejos.
A atuação curricular do projeto tem como base as Diretrizes Curriculares Nacionais, conteúdos próprios selecionados pelo professor e adotados pelo Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa- PNAIC. Porém, os dados apontam para a necessidade de a instituição estabelecer de forma clara as orientações quanto aos objetivos do projeto, perspectivas teóricas, metodológicas e curriculares, como podemos observar no trecho a seguir:
Eu acho importante saber o que esses documentos (diretrizes curriculares e matriz curricular) falam sobre o projeto Sala de Leitura, pois eles nos dão um norte. Pesquiso na internet como as outras escolas desenvolvem o projeto Sala de Leitura e vejo o que acho interessante… o que tem a ver com a realidade da Escola Bosque. Como é a primeira vez que sou lotada nesse projeto, pergunto para as colegas de trabalho que já trabalharam nesse projeto como elas desenvolviam as atividades lá e assim as ideias vão fluindo. Gosto de utilizar também nas minhas aulas atividades de “livros de coleções”. Realizo atividades na biblioteca.
Dentre as metodologias adotadas destacam-se as atividades em grupo e individual, com leituras, produções orais e escritas e em aulas expositivas. Os principais recursos utilizados são: quadro, data show, livros em quadrinhos, caderno, livros, textos em papel A4, folha de papel com pauta, jornal e revistas.
No atendimento aos alunos da EJA, destaca-se a adoção das rodas de conversa, reconhecimento do espaço da biblioteca e dos acervos existentes, exposição oral e escrita das leituras lidas e ouvidas sobre temas das vivências diárias, divulgação dos acervos literários para o empréstimo destes, reescrita de textos lidos e ouvidos, produção de texto através da escrita e do desenho, resumo de histórias utilizando a modalidade escrita, leitura de textos em voz alta.
A avaliação é continua e participativa, por meio da observação e registro do desempenho dos alunos nas atividades. Esses registros são sistematizados em Parecer Avaliativo. Quanto às implicações da infraestrutura na prática educativa desenvolvida no projeto, aponta-se que tem um agravo significativo para o trabalho realizado, pois os alunos se sentem incomodados com o calor, cadeiras desconfortáveis e os banheiros que também são bem desestruturados, na maioria sem a higiene adequada.
Quanto à percepção dos impactos das avaliações externas, podemos observar que os mesmos, no cotidiano de execução do projeto, não são representativos, no que tange à autonomia na resolução das provas como expressão do aprendizado das habilidades e competências avaliadas:
Não sei exatamente se causa algum impacto na minha prática, pois em todas as avaliações tanto as externas como as internas percebo que sempre há um grupo de alunos que consegue realizar de maneira satisfatória tais atividades avaliativas, existe um outro grupo que consegue realizar em parte e outro que não consegue.
Do estabelecimento da relação teoria e pratica no projeto, indica-se que, apesar desta relação ocorrer mediante o planejamento das aulas, partindo de reflexões sobre orientações recebidas tanto nos livros, quanto nos cursos de formação que viabilizam a realização de atividades compatíveis com tais orientações, por inúmeros fatores de infraestrutura, social e outros, a prática não se aplica com tanto êxito como na teoria.